Quando se trata de investimentos em empresas, o primeiro pensamento que surge trata das ações na bolsa de valores. Porém, existem opções para isso que acontecem por meio de fundos, então é fundamental que investidores e empreendedores conheçam mais sobre essas possibilidades.
Isso é feito por meio de Private Equity e Venture Capital, porém, os dois termos podem gerar um pouco de confusão e dificuldades para diferenciar cada um deles. Dessa maneira, é possível identificar oportunidades para a sua empresa ou para investir, dependendo dos seus objetivos.
Pensando nisso, preparamos um guia completo para explicar o que é Private Equity e Venture Capital, quais as diferenças entre eles, como investir e como obter investimentos por meio deles. Continue a leitura e saiba mais!
O que é Venture Capital?
O Venture Capital é uma modalidade de investimento que busca recursos financeiros para uma empresa de pequeno ou médio porte, incluindo startups, que estão em crescimento ou expansão. Assim, ele é bastante comum para empreendimentos novos no mercado, mas que têm potencial para trazer retorno aos investidores.
Vale destacar que ele também é conhecido por outras nomenclaturas, como Capital de Risco, Capital de Investimento, Capital Venture, Capital de Ventura ou Capital Empreendedor.
Basicamente, o objetivo do Venture Capital é conseguir recursos para uma empresa que tem expectativa de grande crescimento e um retorno relativamente rápido. Isso é feito por meio de veículos próprios ou fundos de investimento que adquirem parte da participação societária.
As formas mais comuns de se fazer isso são pelos Fundos de Investimento em Participações (FIP) ou Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes (FMIEE), ambos regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Nesse caso, os fundos adquirem ações e passam compor o quadro societário do empreendimento.
Fundos de investimento
Ao tratar desse conceito, pode surgir a dúvida sobre o que são fundos de investimento. Eles tratam de uma modalidade em que várias pessoas se unem para obter ganhos financeiros de determinada maneira. Nesse caso, existe um gestor responsável, que é quem tomará as decisões sobre os ativos que compõem o fundo, e os cotistas, que são os investidores.
Um dos benefícios dessa modalidade de investimento é a diversificação: como eles são compostos por diversos ativos, isso proporciona diversidade na carteira e amplia as oportunidades para os investidores.
Riscos do Venture Capital
Muitos fundos focam em investir em startups, devido às características diferenciadas do negócio, mas ainda que ela esteja em estágio mais avançado, é comum que ela ainda esteja em fase pré-operacional ou tenha acabado de chegar ao mercado. Dessa maneira, os investimentos realizados financiarão as primeiras expansões do negócio.
Por causa disso, o Venture Capital é considerado um investimento de alto risco, afinal, o investidor se submeterá aos riscos do negócio, que pode não se desenvolver conforme esperado. No entanto, os investidores, conseguem ter uma participação maior na administração da empresa.
O que é Private Equity?
Os fundos Private Equity investem capital diretamente nas empresas, contudo, elas não têm o capital aberto, motivo pelo qual não é possível adquirir ações na bolsa. Mesmo assim, os investidores adquirem participação no capital social do negócio.
Isso é feito por meio de fundos de investimento em participações (FIP), uma modalidade regulamentada pela CVM. Porém, também pode ser feito diretamente por empresas, instituições ou investidores individuais
Nesse modelo, a empresa que busca o investimento pode optar por aceitar outros tipos de suporte por parte de seus investidores, como participação na gestão e apoio com expertise e know-how.
Essa modalidade de investimento é voltada para empresas mais desenvolvidas, que já tem um fluxo estável e uma margem lucrativa, além de uma estrutura que permita atender uma grande parte de sua dívida.
Um dos principais objetivos desse tipo de investimento é ajudar no desenvolvimento e consolidação da empresa para que ela possa ingressar no mercado de capital. Nesse momento, o fundo sai do negócio pela venda de sua participação e recebe os lucros sobre a aplicação realizada.
Riscos do Private Equity
O investimento também é considerado de alto risco, afinal, o resultado dependerá do desempenho da empresa após a injeção de capital recebida por meio dos fundos. Contudo, por se tratar de empresas mais maduras e com fluxo de caixa significativo, os investidores conseguem fazer uma análise mais profunda antes da aplicação, ajudando na avaliação dos riscos.
O que muda entre Private Equity e Venture Capital?
Como foi possível perceber, existem diversas semelhanças entre Private Equity e Venture Capital: ambos são fundos de investimento, voltados para empresas que têm um bom faturamento e que servem como forma de obter recursos. Em troca, o empreendedor compartilha a gestão ao conceder participação ou ações ao fundo.
No entanto, existem algumas diferenças importantes que devem ser consideradas para compreender realmente como funcionam essas opções. A principal trata da etapa em que a empresa se encontra. O Venture Capital é voltado para negócios para empresas em fase de desenvolvimento, mas com alto potencial de crescimento, enquanto o Private Equity é voltado para as empresas consolidadas.
Outro ponto é que o Private Equity, por tratar de empresas mais maduras, oferece menos riscos do que o Venture Capital, apesar de ambas serem operações mais arrojadas. Além disso, os fundos de Venture costumam investir em um número maior de empresas ao mesmo tempo, exatamente para fazer um manejo de riscos.
Como funcionam os investimentos nessas modalidades?
Se você se interessou por Private Equity e Venture Capital como investidor, vale a pena entender como funcionam esses fundos com mais detalhes. Dessa maneira, é possível decidir com mais segurança se essa é a melhor opção para diversificar a sua carteira.
O primeiro ponto é ter em mente que esse é um investimento de longo prazo: o foco é auxiliar no desenvolvimento da empresa e obter os lucros depois que ela conquistar os resultados esperados, quando estiver valorizada e, até mesmo, pronta para abertura de capital. Por isso, a saída do fundo costuma acontecer após um período de 5 ou 10 anos.
Além disso, é preciso acompanhar o desenvolvimento desses fundos. Geralmente, isso se divide em 3 etapas: captação, investimento e desinvestimento. Veja só:
Captação
O período de captação do fundo é aquele em que o gestor passa a procurar as empresas em que investirá, pesquisando as alternativas disponíveis no mercado e fazendo uma análise sobre os empreendimentos para entender o potencial de cada um.
Nesse momento, os investidores também precisam assinar um documento em que se comprometem a realizar os aportes financeiros indicados quando ingressaram no fundo.
Investimento
Depois se inicia a fase de investimento, que é quando os aportes são realizados na empresa, que coloca em prática as estratégias delineadas no planejamento, e os resultados começam a aparecer.
Com esse dinheiro existem diversos caminhos tomados pelos empreendimentos, como aquisição de concorrentes, desenvolvimento das operações, melhora no nível de governança corporativa, entre outros. Em alguns casos, esse também é o ponto de partida para a abertura de capital no mercado.
Desinvestimento
Por fim, acontece o desinvestimento, que é quando o fundo vende a sua participação para sair da empresa e obter lucros. Aqui, existem diferentes estratégias que podem ser usadas, por exemplo:
- • Abertura de capital da empresa (IPO);
- • Venda da participação para outras empresas;
- • Venda da participação para outros fundos.
Como funcionam as rodadas de investimento?
Para compreender melhor as oportunidades que seu negócio pode ter em relação aos aportes feitos por investidores, é importante entender como funcionam as rodadas de investimento. O mesmo vale para avaliar o potencial do fundo, caso você seja um investidor. Confira:
- • Investimento-anjo: é a primeira rodada que envolve diversos investidores que farão o aporte inicial;
- • Seed Capital: o foco é apoiar o trabalho inicial, com contratação de equipe e outras estratégias para o desenvolvimento do negócio;
- • Séries A: feita no momento em que se busca aumentar os usuários e a oferta de produtos ou serviços, geralmente envolve os fundos Venture Capital;
- • Series B: nesse momento, o objetivo é escalar o negócio para que a startup consiga expandir a atuação no mercado, envolvendo compra de concorrentes, contratações e outras melhorias;
- • Séries C: focado em acelerar a empresa e, muitas vezes, em alcançar o mercado internacional. Voltado para empresas maduras, com alto potencial;
- • IPO: acontece quando a empresa decide vender as suas ações na bolsa de valores por meio da abertura de capital.
Além disso, mesmo diante das oportunidades de saída que surgem para os fundos, eles podem optar por participar do follow on realizando investimentos adicionais. O objetivo é que eles se mantenham com uma participação relevante após a entrada de novos investidores.
Como conseguir investimentos para a sua empresa?
A busca por investidores é uma maneira bastante atrativa para conseguir recursos, já que a empresa não se compromete com o pagamento de juros e retornos certos. Contudo, isso faz com que os investidores ganhem direitos sobre a empresa, mesmo que minoritários.
Portanto, ao considerar a venda de participação e ações, é preciso avaliar se a empresa está disposta a lidar com a participação dos investidores na tomada de decisão, especialmente quando se trata de Venture Capital. Porém, se você acredita que esse é o momento certo para buscar essas opções, é preciso se preparar.
Os investidores buscarão avaliar as características do negócio para identificar os que apresentam melhor potencial, afinal, o foco é conseguir um bom retorno com a aplicação. Para tanto, vale a pena organizar toda a documentação que será analisada, incluindo:
- • Demonstrativo de Resultado de Exercício (DRE);
- • Balanço Patrimonial;
- • Fluxo de Caixa;
- • Indicadores de Desempenho;
- • Relatórios de gastos, custos e despesas;
Aqui, um ponto fundamental é que a empresa deve estar regularizada, com toda a documentação contábil e fiscal em dia. Caso contrário, as falhas identificadas na auditoria feita pelos investidores pode fazer com que o negócio não atraia recursos suficientes para colocar os planos em prática.
Com base nisso, é possível criar o pitch, uma apresentação curta para apresentar o negócio aos potenciais investidores e ajudar a convencê-los sobre os benefícios de realizar os aportes no seu negócio.
Outro ponto importante é fazer o valuation, que é um processo que visa identificar o valor da sua empresa e se o valor oferecido pelo fundo é justo. Isso é essencial para garantir que a participação será vendida por um valor adequado, sem trazer prejuízos aos empreendedores.
Remessa Online
Em alguns casos, os investimentos recebidos são originados do exterior. Nesse caso, é importante saber como receber os valores de maneira que traga menos custos, já que as transações internacionais contam com a conversão da moeda e outras taxas.
Nossa dica para isso é utilizar a plataforma Remessa Online. Com conversão pelo câmbio comercial e taxas a partir de 1,3%, ela oferece um ótimo custo-benefício. Além disso, os valores são disponibilizados em até 2 dias úteis, com todo o processo feito pela internet. Dessa forma, a empresa conta com mais agilidade para receber os recursos.
Agora que você já sabe as diferenças entre Private Equity e Venture Capital, analise as alternativas do mercado para encontrar os melhores fundos para investir ou a opção mais adequada para conseguir recursos para o seu negócio.
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Resumindo
É um tipo de investimento voltado para pequenas e médias empresas ainda novas no mercado ou em fase pré-operacional, mas que trazem um grande potencial de crescimento e retorno para os investidores.
Nesse caso, o investimento é feito em empresas mais consolidadas, com fluxo de caixa estável e uma boa margem de lucro, mas que ainda não estão preparadas para a abertura de capital.
Ambas são formas de investir em empresas com potencial, porém, o Venture Capital é voltado para empresas mais novas e com uma participação maior dos investidores na administração.
No Private Equity essa participação acontece só quando a abertura para o investimento também tem essa finalidade específica e o foco são empresas mais consolidadas. Além disso, ele conta com riscos menores em comparação ao Venture Capital, apesar de ambos serem operações de riscos.
O fundo seleciona as empresas com bom potencial para realizar os aportes, com os quais os investidores devem se comprometer por meio de um documento escrito. Depois, quando a empresa atinge os níveis esperados, é realizada a venda das participações de diversas maneiras, com a saída do fundo e recebimento dos lucros que serão repassados aos participantes.
Primeiro, é preciso analisar se essas alternativas são adequadas para o modelo de negócio e em qual delas a sua empresa se encaixa, conforme o porte e a situação no mercado.
Depois é essencial preparar toda a documentação fiscal e contábil, além de indicadores de desempenho e outros dados relevantes que serão analisados pelos gestores dos fundos. Além disso, vale a pena considerar outras opções, como investimento-anjo, Seed Capital, IPO, entre outros.