Na última semana, precisamente no dia 13 de novembro, chegamos ao fim da vigésima sexta Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a chamada COP26. Envolta por elevadas expectativas, a COP avançou em diversos temas, mas foi muito criticada por outros. Além dos impactos políticos e nos negócios, há também desdobramentos econômicos importantes.
Acompanhe nossa análise a seguir.
Há muito tempo que a preocupação com o meio ambiente está no centro dos debates globais. O tema ganhou ainda mais projeção a partir de 2006, quando o documentário “Uma Verdade Inconveniente”, estrelado pelo ex-Vice-Presidente dos EUA, Al Gore.
A grande missão do documentário era educar as pessoas acerca do aquecimento global, todos os problemas decorrentes disso e qual o nosso papel neste processo. Até hoje, “Uma Verdade Inconveniente” é uma referência importante nas discussões climáticas.
Mas a união dos líderes globais em torno do tema é ainda mais antiga. A Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), ou simplesmente COP, é um evento que acontece anualmente desde 1994, após a Cúpula da Terra, que ocorreu no Rio de Janeiro em 1992.
A COP26 deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiada por conta da pandemia. Esta foi, portanto, a vigésima sexta edição e, na atual conjuntura, as expectativas eram enormes, tanto pela sensibilização com a pandemia, mas também pelos problemas climáticos que estão impactando o mundo.
A principal expectativa estava em torno de finalizar o “Regulamento de Paris”, que são as regras necessárias para implementar o Acordo de Paris aprovado na COP de 2015. Desta vez, os países deveriam entrar num acordo sobre prazos comuns da frequência das revisões e acompanhamento dos seus compromissos climáticos.
A Conferência deste ano teve início no dia 31 de outubro e tinha previsão de encerrar no dia 12 de novembro. Mesmo com quase duas semanas de duração, os líderes globais ainda tiveram que entrar no final de semana para encerrar as negociações que, portanto, foram até o dia 13 de novembro.
De acordo com o membro do Parlamento Britânico e presidente da COP26, os grandes pontos a serem discutidos na edição deste ano eram:
Em torno desses tópicos, os mais de 200 países representados na conferência por seus líderes políticos e empresariais negociaram caminhos, metas, recursos e estratégias.
É fundamental destacar que, em um momento tão importante como este que vivemos, em que o universo financeiro também discute amplamente estratégias para contribuir com o meio ambiente (como é o caso do ESG), muitos investidores e fundos estavam presentes na Conferência deste ano discutindo acordos e acompanhando as perspectivas.
É necessário dizer de antemão que a COP26 estava envolta em muitas críticas. Particularmente o tema “aquecimento global” gerava muita preocupação por conta do tempo que as ameaças estão sendo anunciadas versus o tempo que respostas adequadas levaram para ser dadas.
O Acordo de Paris selado em 2015 por mais de 190 países foi um alento, mas note que até então o Acordo ainda não era um consenso entre governos, comunidade científica e outros stakeholders. Esperava-se que parte do acordo fosse ratificado este ano.
De todo modo, quatro pontos principais foram alcançados nesta COP que devem ser destacados:
O único ponto mais criticado por ambientalistas, que ocorreu por intensa pressão da Índia e da China, foi o esvaziamento esvaziar de um dos principais trechos do texto que falava em abandono gradual do uso de carvão e subsídios a combustíveis fósseis.
Isso se deu pela mudança de termos no relatório final da conferência. Em vez de se comprometerem a acelerar a “eliminação” do uso de carvão e combustíveis fósseis, o relatório fala em acelerar a “diminuição” dessas fontes altamente poluentes. Claramente é um ponto importante, mas menos ousado do que se esperava.
Em meio a tudo isso, muitos analistas, ambientalistas e especialistas criticaram a Conferência. Na fala da ativista Greta Thunberg, “isso não é mais uma conferência sobre o clima, é um festival de greenwash do hemisfério Norte”.
Para os menos familiarizados, greenwashing pode ser traduzido para o português como “lavagem verde”. A ideia é que empresas e indústrias públicas ou privadas, organizações não governamentais (ONGs), governos ou políticos promovem discursos, anúncios, ações, documentos, propagandas e campanhas publicitárias sobre ser ambientalmente/ecologicamente correto, green, sustentável, verde e eco-friendly, mas, na prática, a realidade é outra.
Isso mostra que ainda há muito o que ser discutido e regulamentado. A pressão é justamente na direção de que isso seja feito de maneira veloz, dada a urgência dos temas e das consequências reais do aquecimento global. Mas, ainda assim, não há motivos suficientes para cravar que o evento foi um fracasso. Os avanços foram importantes e relevantes.
No mais, especialistas já apontam que o que já foi discutido na COP26 deve ter reflexos positivos ao Brasil, caso o país consiga se ajustar internamente. O mercado de carbono pode trazer receitas de até US$100 bilhões ao Brasil, segundo um estudo do ICC Brasil, braço da International Chamber of Commerce no país.
Seguimos de olho.
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