As últimas leituras de inflação medidas pelos chamados IGPs, da Fundação Getúlio Vargas, mostram que a inflação começou a dar uma trégua depois de muitos meses de intensos aumentos.
Parece uma boa notícia justamente na semana em que o Banco Central brasileiro e o Federal Reserve decidirão os próximos passos das políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos.
Mas será que alguma coisa mudou desde a última reunião do nosso Comitê de Política Monetária, no mês passado?
Qual será a decisão e encaminhamento do Bacen diante da mudança de inflação no país?
Acompanhe nossa análise a seguir.
Não, não é pegadinha! O IGP-Di relativo ao mês de agosto já apontava: houve deflação no mês passado. A variação mensal em relação ao mês de julho foi negativa em 0,14%, o primeiro recuo mensal em dois anos.
Depois disso, o IGP-10 do mês de setembro, publicado poucos dias após o IGP-DI do mês passado, reforçou o movimento e apontou uma deflação mensal de 0,37%, a primeira deflação mensal para o IGP-10 em 24 meses.
Já o IGP-M, divulgado sempre no final do mês de referência, também mostrou deflação nas duas prévias relativas ao mês de setembro. A leitura do primeiro decêndio registrou deflação de 1,09% e a do segundo decêndio registrou deflação de 0,58%.
É evidente que, apesar das quedas registradas em agosto e no mês de setembro, a inflação acumulada em 12 meses permanece em níveis alarmantes. IGP-M, IGP-DI e IGP-10 ainda rondam a casa dos +30% de variação no último ano, portanto, não há muito o que comemorar ainda.
Sabe o que é pior? Esses 30% de inflação acumulada em um ano nem é o principal problema neste momento.
Cada um dos IGPs citados acima são médias ponderadas dos preços no setor de construção civil, ao setor produtivo e ao consumidor.
Enquanto as deflações mensais de agosto e setembro foram puxadas pela queda abrupta dos preços de alguns insumos e matérias primas como, por exemplo, o minério de ferro que em poucos meses já perdeu 50% do seu valor de mercado, os preços ao consumidor permanecem em trajetória de alta.
É isso mesmo, são comportamentos distintos dos preços aqui no Brasil.
A desaceleração da economia chinesa e norte-americana, associada ao possível default da Evergrande – construtora chinesa com dívidas que somam cerca de US$300 bilhões – têm produzido uma acentuada queda nos preços de algumas commodities, enquanto que do lado do consumidor, os problemas têm produzido aumento de preços.
A primeira e a segunda prévia do IGP-M registraram aumento dos preços ao consumidor apesar das deflações no indicador global.
Crise hídrica, desvalorização cambial, gargalos produtivos e eventos climáticos adversos devem produzir ainda mais aumentos aos consumidores brasileiros.
O Banco Central do Brasil já disse em outros comunicados e atas, que continuará o processo de aumento da taxa de juros até que haja nova ancoragem das expectativas no horizonte relevante.
O que é isso?
O Bacen está nos dizendo que enquanto as expectativas de inflação, medidas pelo Boletim Focus e pelo próprio banco central, estiverem subindo, a taxa de juros continuará aumentando para tentar impedir que esse aumento visto em 2021 se propague para 2022 e 2023.
Existe muita controvérsia quanto ao uso das taxas de juros para tentar controlar uma inflação que deriva de gargalos produtivos e demais componentes que afetam o setor produtivo, no entanto, a decisão já foi tomada e em 2021 a taxa básica de juros deve chegar aos 8% com possibilidade de mais aumentos em 2022.
Em um ambiente onde os ruídos políticos estão sob relativo controle, um aumento rápido da taxa de juros pode produzir uma valorização da moeda local, ou seja, o aumento da Selic teria potencial de valorização do real em relação ao dólar. Mas é evidente que o Brasil não é esse ambiente sem ruído político.
Diante da nossa condição, o principal papel da taxa de juros neste momento é tentar impedir que a inflação contamine os dois próximos anos, 2022 e 2023. A propósito, as projeções da Análise Econômica Consultoria já apontam para elevada possibilidade do não-cumprimento da meta de inflação também no ano que vem.
São diversos os fatores que endossam o entendimento de que o impacto do aumento da Selic no câmbio deve ser extremamente reduzido.
Esses são apenas alguns dos fatores que devem impedir um processo de valorização da moeda brasileira mesmo diante do expressivo aumento da taxa básica de juros por aqui.
Seguimos de olho.
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