As articulações políticas e seu impacto no câmbio

O governo Bolsonaro completou três meses esta semana. O saldo ainda não pode ser dito como positivo ou negativo. Vimos muitos decretos assinados, foram 80. Porém, a grande crítica é que no que se refere a ideias novas, apenas dois grandes projetos foram apresentados no Legislativo: a reforma da Previdência e o Pacote Anticrime.

Apesar dos impactos que teremos com a aprovação de ambos e toda a expectativa em torno dos temas, a realidade é que há uma distância enorme entre o que está escrito no papel e o que é conversado nos corredores de Brasília. Por isso, os assuntos de hoje são: as articulações políticas e seus impactos em nosso bolso.

Para mim, o foco do novo governo deve ser um só: aprovar a reforma da Previdência. É claro que a aprovação por si só não fará o milagre em nossa economia, mas cá entre nós, dará um belo impulso e aumento de confiança para o Brasil. De empresários a consumidores e assalariados, cada um retomará a esperança de que a economia voltará a girar e o país não afundará em meio a uma crise fiscal.

Outro fator é determinante nesta conta. A aprovação de um projeto de tal magnitude traz outro impacto, mais político. Se o governo conseguir realizar as articulações necessárias, sem conceder todos os desejos dos políticos, será uma importante sinal de que mais reformas e outros projetos também terão chances de aprovação.

Sonho x realidade

O cenário acima é dos sonhos. Na verdade, foram necessários meses de muito atrito e até um pouco de birra de Rodrigo Maia para que o governo pudesse começar a tomar as medidas necessárias.

Tudo bem o presidente não ter a experiência ideal, mas é preciso correr atrás do prejuízo e arregaçar as mangas. Se Maia foi enfático na última semana ao dizer que não dá para ficar apenas no Twitter “causando”, é porque é preciso que muito mais seja feito.

Mais azeite

O resultado visto foi de uma nova parceria entre Maia e Guedes tendo como objetivo fazer as tão esperadas e urgentes coalizões políticas.

Guedes pode até não gostar, ele é conhecido por ser mais rude e prático, mas agora está começando a dançar o jogo dos políticos. Conversou com mais de 50 deputados da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e sem faltar novamente ao principal colegiado da Casa, a sua presença foi vista ontem.

Vale alguns destaques de sua fala. Em seu discurso inicial, foi interrompido por oposicionistas. Visivelmente irritado, iniciou um bate-boca com deputados contrários à reforma e não manteve o decoro. Em seguida, pediu desculpas por ter sido provocado e querer responder. Como o mercado reagiu? Ibovespa caiu forte com o ocorrido, sob dúvidas de como Guedes será um dos principais articuladores da reforma com esse tipo de atitude.

Depois disso, não discutiu mais. Reforçou mais de uma vez que quem decidirá a economia da proposta serão os deputados. Eles escolherão: se houver uma reforma robusta, com potência fiscal, será possível implementar a capitalização, por exemplo. Se a reforma vier pouco robusta, daqui a cinco anos os deputados deverão se reunir novamente para resolver o problema fiscal, que não terá desaparecido.

Resultado: ele não é um político, mas está tentando que a reforma seja o menos desidratada possível. Tudo bem que teremos algumas perdas ao longo do caminho e a economia de cerca de um trilhão de reais não virá, mas também não podemos desconsiderar negociações que deixem que a economia total esteja em um valor mais razoável. Porque se depender dos políticos, cada um puxa para o seu lado e perdemos muito no final.

Ao que tudo indica, o sistema de capitalização ficará de fora e já temos a aposentadoria rural e BPC que são outros itens bem contestados. A economia agora deve ser de cerca de 600 a 700 bilhões de reais em 10 anos.

Se todos estão empenhados em rodadas de negociação e conversas, o presidente Jair Bolsonaro, não pode ficar para trás.

Se em algum momento disse que a proposta de reforma estava nas mãos de Rodrigo Maia e com a Câmara, a postura de “lavo as minhas mãos” ficou para trás, com direito a antecipação de viagem à Israel para se reunir com líderes partidários. O objetivo? É o mesmo: azeitar a articulação política da previdência.

Portanto, o mercado penalizou a fala de Guedes, mas o que mais importa de toda essa história de articulação e conversas, é que teremos sim a aprovação da reforma. Eu sigo otimista e sei que esses reveses fazem parte do dia a dia. Já estava na conta.

E o nosso bolso?

Com o clima externo mais favorável, em que todo mundo quer acreditar que os EUA e China chegarão a um acordo logo para encerrar de uma vez por todas a guerra comercial, só falta a reforma aprovada para conseguirmos ver o dólar caindo com força.

Nessa semana, já vimos uma leve queda impulsionada pelo bom crescimento da China que derrubou as moedas emergentes. Agora, para estabilização do dólar nos R$ 3,80 é preciso mais confiança de que tudo ficará bem por aqui e que não teremos um colapso fiscal.

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