O ano de 2021 foi de intensas altas no câmbio e a desvalorização do Real, que chegou a ser considerada como uma das piores moedas do mundo. Entretanto, o Relatório de Mercado Focus divulgado em Março de 2022 trouxe alteração no cenário da moeda norte-americana em 2022.
Em janeiro de 2022, o mercado financeiro estimava que o câmbio encerraria o ano a R$5,60. Pouco menos de 3 meses depois, o Boletim Focus mostra que o mercado agora espera que a taxa de câmbio esteja em R$5,30, no final de dezembro.
Para entender melhor esse cenário, acompanhe o artigo abaixo para e veja quais são as projeções do câmbio 2022 e quais fatores podem afetar essa estatística.
As projeções do câmbio para 2022
O Real vem passando por uma maxidesvalorização desde 2019. Este cenário apenas se agravou com os acontecimentos econômicos e políticos de 2021, principalmente por causa do cenário pandêmico que o Brasil e o mundo vêm enfrentando. Esse contexto fez o dólar encerrar o ano de 2021 com avanço de 7,36% ante o real nos últimos 12 meses, completando seu 5º ano de valorização.
Para o ano de 2022, a estimativa é de que o câmbio continue em R$ 5,30, mesma cotação estimada no fim de 2021. Com a Em 02 de Março, o Banco Central divulgou mais uma edição do Boletim Focus com os analistas de mercado e as previsões financeiras para o país. De acordo com o relatório, estima-se que o câmbio este ano continue em R$ 5,30, ante R$ 5,50 de quatro semanas atrás.
O que pode afetar o câmbio em 2022
A expectativa para o ano de 2022 é alta, pois temos uma eleição pela frente, mas não é muito positiva em relação à economia. Um dos fatores que prejudicam o cenário econômico este ano é, justamente, a eleição. Além disso, outros fatores estão no alerta dos especialistas. Veja quais são os fatores que podem afetar o câmbio nos próximos meses.
Alta do commodities
Com os conflitos geopolíticos que vêm acontecendo pelo mundo, os preços das commodities têm apresentado um movimento de alta desde dezembro de 2021.
De acordo com o índice Teva Ações Commodities Brasil, que reúne as principais empresas produtoras e exportadoras desses produtos, as commodities já registram ganhos superiores a 8% no acumulado deste ano.
A desordem das cadeias produtivas e os demais reflexos da pandemia acabaram ocasionando alta no preço das commodities e, como o Brasil é importante produtor e exportador, é natural esperar por mais fluxo deste dinheiro em direção ao país, fazendo com que o real sofra valorização diante do dólar.
Crise fiscal
O endividamento do Governo Federal é um fator que preocupa os economistas. A definição de um plano de gastos e investimentos nacionais ainda é uma questão obscura, não se sabe ao certo como o governo vai lidar com as dívidas que contraiu no último ano, como por exemplo a oferta de um benefício assistencial para os brasileiros, o Auxílio Brasil. A tendência, diante desse cenário, é a retirada de investimentos nacionais e estrangeiros.
Além disso, no ano de 2021, havia uma expectativa de que as reformas tributária e administrativa, importantes para o mercado, seriam votadas, mas isso não aconteceu. Esses aspectos influenciam diretamente na alta do dólar e na desvalorização do real.
Eleições 2022
Para os especialistas, o cenário vai estimular uma oscilação maior do dólar, por causa da polarização que a eleição vai gerar, além das questões econômicas, inflação em alta e o desemprego que segue sem previsão de melhora. Por isso, quando as eleições no Brasil estiverem mais próximas, a moeda americana pode voltar a ganhar força e voltar a subir.
Política Cambial: o que é e quais os impactos na sua vida.
Câmbio 2022: conclusão
A combinação das incertezas internacionais com a pandemia, com as incertezas nacionais e com as eleições e, ao mesmo tempo, os efeitos da alta de juros no Brasil e da possível alta nos Estados Unidos criam um cenário pouco positivo.
Entretanto, quem acompanha o andamento do câmbio vem se deparando com a constante queda do dólar. Confira nosso conteúdo sobre porque o dólar está caindo e fique por dentro do que está acontecendo no Brasil e no mundo.