Deflação é a redução generalizada dos preços de produtos e serviços ao longo de um período específico. Ao contrário da inflação, ela valoriza o dinheiro e aumenta o poder de compra da população. Apesar de isso parecer positivo, ela também pode levar a desafios econômicos significativos, como a recessão.
Essa questão é verificada por meio da análise do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de variação de preços no Brasil. Por isso, é necessário entender o que esses conceitos significam e o que o valor do IPCA hoje representa na sua vida financeira.
Neste artigo, vamos explicar melhor a deflação e apresentar as consequências desse cenário de valorização do dinheiro. Continue lendo!
Deflação é a queda generalizada do preço de produtos e serviços em determinado período. Ela aumenta o valor do dinheiro e o poder de compra, o que é positivo a curto prazo, mas pode gerar uma recessão econômica em períodos prolongados devido a uma oferta maior do que a demanda.
As consequências são positivas em um primeiro momento, pois estimula o consumo. Contudo, com a valorização do dinheiro por vários meses seguidos, a tendência é de redução dos investimentos e prejuízos para o bom funcionamento da economia. Por isso, deflação e inflação convivem juntas e são usadas como termômetros da economia para diagnosticar a saúde financeira de um país.
As diferenças entre deflação, inflação e desinflação são a variação dos preços e a demanda. A deflação é a queda generalizada e contínua, gerando excesso de procura. A inflação é o aumento geral de produtos e serviços, levando ao crescimento da oferta. Já a desinflação é uma subida do valor das mercadorias, mas abaixo do esperado.
Quando os preços aumentam em diferentes setores (como alimentação e vestuário), há inflação. Assim, o dinheiro vale menos e há perda do poder de compra. Se antes você adquiria 1 kg de carne, 1 pacote de arroz e 1 multiuso com R$ 50, você passa a levar somente a carne devido à inflação. Isso faz as pessoas comprarem menos, e a oferta de produtos e serviços é maior.
A desinflação acontece quando os preços diminuem um pouco, mas continuam mais altos do que antes. Portanto, usando o mesmo exemplo, você passa a comprar 1 kg de carne e 1 pacote de arroz com R$ 50 porque o seu dinheiro se valorizou, mas ainda perdeu poder de compra.
Inflação ou deflação trazem consequências negativas para a economia no longo prazo. Porém, o aumento generalizado de preços tende a ser pior, porque desvaloriza o dinheiro e há perda do poder de compra. Isso causa uma redução do consumo e leva a um efeito cascata, com diminuição da produção e aumento do desemprego e da inadimplência.
A deflação tende a ser ruim para a economia no longo prazo, porque gera impactos negativos como aumento do desemprego, falência de empresas e crescimento da informalidade. Também há elevação do juro real e queda na arrecadação pública. Tudo isso leva à recessão econômica.
Na prática, uma situação deflacionária gera prejuízos para os segmentos de comércio, indústria e serviços porque eles precisam comercializar os itens por um preço mais baixo do que o esperado, o que reduz sua margem de lucro e consome o capital de giro.
Essa queda dos preços leva a outro efeito: os consumidores deixam de comprar e esperam uma redução ainda maior dos valores. Portanto, é estabelecido um ciclo vicioso, no qual comércio, indústria e serviços diminuem ainda mais os seus ganhos.
A deflação pode levar à recessão se durar muito tempo, gerando o fechamento de empresas, aumento do desemprego e diminuição da renda. Contudo, vale ressaltar que há países em recessão que nem sempre registram deflação.
A deflação é calculada pelo IPCA, mas também podem ser utilizados outros indicadores de preços, como o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Assim, é feita uma média dos valores cobrados nos principais produtos adquiridos. No entanto, cada um dos indicadores utiliza uma cesta de itens específica.
O IPC é calculado e divulgado todos os meses pelo IBGE a partir da comparação de preços de serviços e produtos, como artigos de residência, alimentação e bebidas, despesas pessoais, comunicação, habitação, educação, transportes e saúde e cuidados pessoais.
O IPCA considera a variação de preço dos produtos mais consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos, como grupos de habitação, alimentação, transportes, vestuário, despesas pessoais, comunicação, saúde e educação. Nesse caso, para calcular a deflação, é feita uma média ponderada em que alguns setores têm um peso maior do que outros.
A relação entre a deflação e o IPCA é direta, porque esse é o indicador oficial para medição da variação dos preços ao consumidor. Por isso, ele sinaliza se há aumento ou queda generalizada de preços.
As causas da deflação são a oferta excessiva de produtos e serviços e a pouca quantidade de moeda em circulação. Assim, pode haver muitos itens no mercado, mas pouca demanda. Ou há menos dinheiro no mercado, o que representa um baixo consumo. Isso afeta a produção e as vendas, e resulta em fraca atividade econômica.
A queda contínua e generalizada dos preços pode levar à redução do consumo, na expectativa de que os produtos fiquem ainda mais baratos. Isso faz com que a indústria, comércio e serviços tenham menor margem de lucro, o que pode causar o aumento do desemprego.
A redução no consumo faz com que a oferta seja cada vez maior do que a demanda. Portanto, comércio e indústria ficam com seus estoques parados, ao mesmo tempo que o setor de serviços percebe uma procura menor. Isso diminui a sustentabilidade financeira dos negócios.
Como as empresas começam a demitir seus funcionários na deflação, mais pessoas procuram emprego, porém, o número de vagas diminui. Portanto, cresce a informalidade.
O juro real, que é a diferença entre a inflação e a taxa de juros, aumenta no cenário de deflação, o que significa que uma parte maior da renda da população é utilizada para esse pagamento. Dessa forma, há redução da liquidez, do consumo e dos investimentos.
O governo passa a arrecadar menos em períodos de deflação porque muitos tributos dependem diretamente do valor cobrado nos produtos e serviços, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com a redução, os governos federal, municipais e estaduais têm mais dificuldade para cobrir os gastos e há mais risco de déficit fiscal.
A recessão econômica acontece quando há desestímulo ao consumo e declínio da atividade econômica – exatamente o cenário causado pela deflação. Períodos de queda generalizada dos preços sinalizam que a economia está ruim e terminam encadeando em uma crise.
Para conter a deflação, é necessário adotar medidas de política monetária e cambial, fazer o estímulo fiscal e à produção, e incentivar o crédito. Cada uma dessas ações é necessária para melhorar o consumo, a atividade econômica e a realização de investimentos.
A política monetária é o instrumento utilizado para definir a taxa de juros e controlar a oferta de moeda em circulação. Em momentos de deflação, o Banco Central pode diminuir a Selic para estimular o consumo. Também é possível imprimir mais papel-moeda para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação.
O ajuste da taxa de câmbio é importante para conter a deflação, porque pode tornar as empresas nacionais mais competitivas. Outras medidas também podem ser adotadas para aumentar a exportação e reduzir a importação, estimulando a indústria.
O estímulo fiscal passa pela implementação de políticas públicas para incentivar os investimentos e o consumo. Alguns exemplos são o aumento dos gastos públicos e a redução dos tributos. Essas medidas são relevantes na deflação para fazer o país sair da crise.
Como a deflação causa queda na atividade econômica, é necessário estimular a produção por meio do aumento da produtividade, redução dos custos e investimento em infraestrutura. Isso gera o aumento da oferta de bens e serviços.
A redução das taxas de juros e outras medidas de incentivo à contratação de empréstimos e financiamentos são fundamentais para estimular o consumo. Isso contribui para a comercialização de produtos e realização de investimentos, já que as linhas de crédito para empresas podem fortalecer o capital de giro e financiar atividades de expansão, por exemplo.
O Brasil já passou por deflação, mas foram poucos períodos ao longo da história. Um deles ocorreu entre 2015 e 2017, quando uma crise econômica gerou queda do consumo e uma diminuição generalizada dos preços. Também aconteceu durante a década de 1930 devido a efeitos da Grande Depressão.
É necessário reforçar que uma queda no IPCA não significa que o país está passando por um período de deflação. Além disso, o mais comum no Brasil é o cenário de inflação. Ele foi característico dos anos 1980 e 1990, quando houve hiperinflação e remarcação de preços constante, várias vezes ao dia.
Com todas essas informações, fica claro que a deflação impacta a sua vida financeira e os seus investimentos. Compreender os movimentos do mercado e os impactos da queda generalizada de preços é fundamental para definir onde alocar o seu capital.
Além disso, também é uma oportunidade para investir no exterior, em mercados mais estáveis e que permitem fazer hedge. Ter mais conhecimento é sinônimo de aproveitar o ciclo econômico a seu favor. Nesse contexto, a deflação ainda terá efeitos negativos, mas você saberá contorná-los da melhor maneira possível.
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Deflação é a queda generalizada de preços de produtos e serviços. Ela deve ocorrer de forma contínua durante determinado período, valorizando o dinheiro e o poder de compra. No entanto, quando tem ampla duração, causa efeitos negativos e pode levar à recessão. Suas causas costumam ser a oferta maior do que a demanda e a pouca quantidade de moeda em circulação.
Os riscos da deflação são o aumento do desemprego, o crescimento dos pedidos de falência das empresas e a alta na informalidade. Também há a elevação do juro real e a redução da arrecadação pública. Tudo isso gera recessão econômica.
O Brasil já passou por deflação, sendo que o período mais recente foi entre 2015 e 2017. Também foi registrada na década de 1930, como um efeito da Grande Depressão.
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