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Golfo do México: O que é e a quem pertence região que Trump quer renomear

No seu discurso de posse, o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos passariam a se referir ao “Golfo da América” ​​​​em vez do “Golfo do México“. Logo em seguida, ele assinou uma ordem executiva formalizando a mudança dentro do território norte-americano. Essa mudança é importante porque o Golfo é uma das regiões marítimas mais estratégicas do mundo.

Afinal, você sabe o que é o Golfo do México e qual sua importância? Entenda abaixo sua relevância e descubra se a mudança de nome pode ser feita.  

O que é o Golfo do México?

O Golfo do México é uma grande área marítima cercada por terras da América do Norte e da América Central, considerado o maior golfo do mundo, com cerca de 1.550.000 km², é conhecido por seu subsolo rico em petróleo.

Esse golfo se conecta ao Oceano Atlântico pelo Estreito da Flórida e ao Mar do Caribe pelo Canal de Yucatán. Diversos rios importantes da América do Norte deságuam em sua costa, contribuindo para a formação de habitats naturais e praias populares entre turistas.

A região possui grande relevância econômica, especialmente devido à produção de petróleo. O golfo é uma das áreas de exploração offshore mais importantes do mundo, responsável por uma parcela expressiva da produção de petróleo e gás natural nos Estados Unidos e fundamental para a economia mexicana.

Por que se chama Golfo do México?

A área recebeu esse nome no século XVI, quando começou a aparecer em mapas europeus. Exploradores e cartógrafos espanhóis que desbravaram a região deram ao corpo d’água o nome de “Golfo do México” em referência ao território dominado pelos astecas, cuja capital era México-Tenochtitlán (atual Cidade do México).

Então, o nome “Golfo do México” foi amplamente adotado e permaneceu em uso até hoje. Ao longo dos anos recebeu algumas outras denominações, como “Golfo da Nova Espanha”, mas o nome atual prevaleceu.

A quem pertence o Golfo do México?

O Golfo do México pertence ao México, Estados Unidos e Cuba. 

As águas do Golfo banham cinco estados mexicanos (Tamaulipas, Veracruz, Tabasco, Campeche e Yucatán), cinco estados americanos (Flórida, Alabama, Mississippi, Louisiana e Texas) e duas províncias cubanas (Pinar del Río e Artemisa).

As fronteiras marítimas do Golfo do México foram estabelecidas por meio de acordos internacionais, como a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, e regulamentadas pela Organização Hidrográfica Internacional (IHO). 

O Golfo do México é uma região marítima pertencente aos México, Cuba e Estados Unidos.

Assim, a região é importante para os três países por ser uma das regiões mais importantes para a produção de petróleo offshore no mundo. Para os Estados Unidos, ele é responsável por 14% da produção total de petróleo bruto e 5% do gás natural seco. Já para o México, o golfo fornece a maior parte do petróleo que impulsiona sua economia. 

Trump assina ordem para renomear Golfo do México como ‘Golfo da América’

Ao reassumir a presidência dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro de 2025, Donald Trump assinou uma série de decretos de seu governo. Entre eles estava a decisão de renomear o Golfo do México como “Golfo da América”. A ordem executiva formaliza a mudança dentro do território norte-americano. 

Trump já havia anunciado que faria tal mudança em seu primeiro discurso de 2025, antes mesmo de reassumir o governo. A iniciativa faz parte de sua retórica nacionalista e busca reforçar a ideia de que essa região é um “ativo essencial” para os EUA.

Na prática, a ordem executiva determina que o secretário do Interior tome todas as medidas necessárias para renomear o Golfo do México como “Golfo da América”. Isso inclui atualizar todas as referências federais ao novo nome e modificar o Sistema de Informações de Nomes Geográficos. A ordem prevê a revisão e possível substituição dos membros do Conselho de Nomes Geográficos (BGN – Board on Geographic Names) para garantir que a renomeação aconteça. 

Por que Trump quer mudar o nome do Golfo do México?

  • Produção de petróleo: o golfo responde por 14% da produção de petróleo bruto dos EUA e hospeda alguns dos reservatórios de petróleo mais profundos e ricos do mundo;
  • Pesca produtiva: descrito como um ponto vital para a pesca americana e segundo maior volume de desembarques de pesca comercial por região nos EUA;
  • Turismo: é descrito como um destino favorito para o turismo americano;
  • Indústria marítima dos EUA: a ordem executiva afirma que o Golfo é vital para a indústria marítima multibilionária americana;
  • Narrativa patriótica: ele classificou o golfo como uma “parte indelével da América”, que influencia a economia e o futuro do país.

Em seu comunicado no site da Casa Branca, Trump justificou a mudança com argumentos ligados à importância estratégica do golfo para os Estados Unidos:

A decisão também tem um peso político simbólico, pois reforça a visão do novo presidente de priorizar os interesses americanos e exaltar a influência dos Estados Unidos em questões regionais e econômicas, especialmente na região do México e Cuba.

Trump pode mudar o nome do Golfo do México?

Donald Trump pode mudar o nome do Golfo do México para “Golfo da América” dentro dos Estados Unidos, mas a alteração terá efeito limitado, já que não deve ser reconhecida internacionalmente sem o consentimento de México e Cuba, além da aprovação de organismos globais.

Nos EUA, o Conselho de Nomes Geográficos (BGN) é a entidade responsável por aprovar mudanças em nomes geográficos para garantir uso uniforme no governo federal. Isso significa que, se Trump tiver apoio suficiente, o nome pode ser oficialmente alterado em mapas, documentos e legislações internas dos EUA. 

No entanto, Trump não pode forçar outros países a adotarem a mudança. A responsabilidade pela padronização internacional de nomes geográficos recai sobre organismos como a Organização Hidrográfica Internacional (IOH). Para o novo nome ser aceito globalmente, seria necessário o consenso entre os Estados Unidos, México e Cuba.

A mudança de nome do Golfo do México não deve ser aceita globalmente

O nome “Golfo do México” já é amplamente reconhecido e utilizado desde o século XVI, mostrando um consenso histórico entre os países. Além disso, México e Cuba não têm motivos para aceitar a mudança, já que o golfo também é parte importante de suas economias e identidades.

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, rebateu a proposta ironicamente, sugerindo que os Estados Unidos fossem chamados de “América Mexicana”. Ela também afirmou que o restante dos países provavelmente continuará utilizando “Golfo do México”, assim como já acontece. 

Quantas plataformas de petróleo tem no Golfo do México?

Atualmente, o Golfo do México possui cerca de 125 plataformas de petróleo, das quais 22 são plataformas offshore.

A região abriga aproximadamente 3.500 estruturas, sendo que mais de 3.200 estão ativas. No entanto, essas estruturas incluem diversos tipos de instalações, e apenas uma parte delas é dedicada à extração de petróleo.

Os Estados Unidos contam com uma rede altamente desenvolvida de plataformas e serviços de apoio no Golfo do México. Essa infraestrutura permite a extração, processamento e distribuição de petróleo e gás, contribuindo para os EUA serem os maiores produtores de petróleo no mundo. 

Perguntas frequentes

O que é o Golfo do México?

O Golfo do México é uma área marítima localizada entre a América do Norte e a América Central. É o maior golfo do mundo, com cerca de 1.550.000 km², com muito petróleo e importância econômica para EUA, México e Cuba. 

Por que Trump quer mudar o nome do Golfo do México?

Trump quer mudar o nome para Golfo da América, justificando a mudança com base na importância estratégica do golfo para os Estados Unidos. A iniciativa faz parte de sua retórica patriótica. 

Donald Trump pode mudar o nome do Golfo do México?

Trump pode renomear o Golfo do México para Golfo da América em documentos e mapas internos. Contudo, a mudança só teria reconhecimento internacional com o consenso de México e Cuba, o que não deve acontecer.

Andrea Cortes

Jornalista por formação, e de coração, deixou o Brasil para morar na Inglaterra. Produtora de conteúdo com destaque para as áreas de economia, finanças, empreendedorismo, turismo e desenvolvimento pessoal. Escritora, contadora de histórias, leitora e apaixonada por conhecimento.

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