Governança corporativa são as estruturas e processos de direção e controle próprio das empresas, passando pelas relações entre a administração, conselho, acionistas majoritários e minoritários e alguns outros stakeholders. Parece simples, não é mesmo?
O que se tem de entender é que crescer traz responsabilidades, não apenas na vida de um CPF – CNPJs também ganham responsabilidades e amadurecem com o tempo – e a governança corporativa é parte fundamental desse amadurecimento.
Empresas com boa governança corporativa são excelentes na divulgação de informações públicas, altamente transparentes e prestam contas com frequência. Esses são elementos importantes básicos da melhor governança corporativa que buscam a boa relação dentro de uma corporação.
Para evitar má gestão, uma boa governança corporativa é necessária para permitir que as empresas operem de forma mais eficiente, mitigar riscos e proteger as partes interessadas.
É importante para fazer as empresas mais responsáveis e transparentes aos investidores – principalmente os estrangeiros, que só querem investir em empresas excelentes.
Se a governança corporativa torna as empresas mais responsáveis e transparentes aos olhos dos investidores e lhes dá as ferramentas para responder a preocupações legítimas deles.
Assim, contribui para o desenvolvimento e o aumento do acesso ao capital, incentiva novos investimentos, impulsiona o crescimento econômico e oferece oportunidades de emprego.
A falta de governança corporativa pode levar a perdas financeiras, menos investidores, à corrupção e a uma imagem manchada, não só para a empresa, mas para todos os envolvidos. Gestão de governança corporativa também foi projetada para limitar o risco e eliminar elementos corrosivos dentro de uma organização.
Um princípio de governança corporativa é o reconhecimento de todos os acionistas, que é uma política que garante que eles tenham voz no funcionamento interno de uma empresa – incluindo aí os investidores.
As regras e responsabilidades dos conselheiros também devem ser claras para garantir que todos compartilhem uma visão uniforme do futuro da empresa.
A má governança corporativa pode criar potenciais conflitos de interesses injustos para os acionistas minoritários, então é necessário bastante cuidado com isso. Mas como implementar uma boa governança corporativa em uma startup?
Governança corporativa em startups
Dado os recursos limitados de uma startup, a implementação de uma boa governança corporativa não é uma tarefa fácil – o que não a torna menos importante, porém muito pelo contrário.
A implementação de uma boa governança corporativa em uma startup é principalmente uma questão de aprender, ajustar e melhorar ao longo do caminho. No ambiente muitas vezes agitado de uma startup, a Governança raramente tem a prioridade que merece (embora isso pareça estar mudando).
Uma startup por definição está enfrentando um número sério de desafios e escolhas – possivelmente ainda maiores e mais complicados do que uma empresa estabelecida. A necessidade de foco já foi enfatizada antes, mas considerando as muitas questões, é claro que nem todas elas podem ser resolvidas de uma vez. Você precisa definir prioridades.
O primeiro equilíbrio que precisa ser respeitado é o entre o curto e o longo prazo. Em uma startup é tentador (e às vezes necessário) transformar toda a equipe em bombeiros.
O segundo equilíbrio é o entre os diferentes stakeholders, onde especialmente a interação entre fundadores de um lado e os investidores do outro é muitas vezes complicada.
Um ponto de interesse particular é a relação com o fundador – eles não iniciaram a empresa para se tornar especialistas ou campeões em governança corporativa – nenhum fundador de startup sonha em ter a melhor governança corporativo do mundo.
Seus principais valores e interesses giram em torno da criatividade, liberdade, crescimento… e estes devem ser levados em conta e, sobretudo, respeitados pelas estruturas de governança corporativa.
O terceiro equilíbrio necessário diz respeito ao financeiro da startup, para que os fundadores não tomem novos investimentos desnecessários ou acabem diluindo investidores antigos. E claro, a empresa precisa manter o equilíbrio de um espírito livre, criativo e empreendedor e atmosfera na empresa, enquanto, por outro lado, tenha uma gestão e controle da empresa por meio de instrumentos como orçamentos, relatórios, procedimentos.
O fato de os recursos financeiros estarem sempre limitados torna ainda mais necessário manter o controle do que está acontecendo. Isso pode ser feito de forma que uma “criatividade com um propósito” evolua dentro de uma determinada estrutura.
De qualquer forma, no início da implantação da governança corporativa, você precisa ter cuidado com isso, o que não é necessariamente negativo, desde que haja consenso sobre a melhoria contínua do processo de governança.
Governança corporativa com as finanças
Se você já chegou ao patamar de precisar de implementar governança corporativa, provavelmente não tem uma empresa pequena – sua startup já deve estar no patamar de captar milhões de reais em cada round.
E se você for levantar uma quantia de milhões de reais, provavelmente vai ter que recorrer a investidores de fora do Brasil. A grande maioria deles é estrangeiro.
E esse fator pode causar grandes questões que podem te atrapalhar na sua jornada de crescimento: como você pode trazer o dinheiro de fora do país? Como garantir que você esteja 100% de acordo com a regulação tributária brasileira?
As burocracias impostas por nossa legislação são imensas, e isso dificulta para muitos empreendedores, que além de não saberem como conquistar os seus investidores de fora do Brasil, encontram problemas nesta área.
Além de trabalhar para criar a condição ideal de crescimento e encantamento, muitos empreendedores se perdem nas burocracias de trazer dinheiro de fora do Brasil para cá.
Trazer dinheiro de fora para sua empresa não precisa ser um terror. Vários fundos de Venture Capital demandam uma estrutura muito simples, que você pode usar para trazer o dinheiro para o Brasil de maneira legal e rápida.
A Remessa Online se especializou neste tipo de operação e tem as ferramentas necessárias para isso – de maneira que o empreendedor só precise pensar em como fazer sua empresa crescer.
Um ponto relevante com sua governança corporativa é conseguir criar uma estrutura que permita dar visibilidade para seus investidores estrangeiros a respeito do dinheiro que foi colocado na empresa. Isso é de suma importância para que eles não desconfiem que você subverteu os fundos ou colocou no seu próprio bolso.
Com boa governança corporativa que mostra a efetiva utilização dos recursos, os investidores vão ficar ainda mais confiantes de realizar novos aportes em seu negócio.
Governança corporativa: quais são as melhores práticas?
Antes de mais nada entender os fundamentos do negócio e os pontos fortes/fracos da empresa são objetivos primos, e a governança corporativa tem que ser implementada tendo em vista nisso. E talvez algumas qualidades particulares necessárias: seja flexível e, acima de tudo, prepare-se para cavalgar a tempestade!
É importante que as empresas/organizações se esforcem para seguir boas práticas de governança corporativa. Para ajudar, estabelecemos abaixo o que um PwC considera ser 8 componentes-chave:
1. Quadros de Governança
As estruturas de governança podem muitas vezes ser negligenciadas, no entanto, elas são a base de como uma empresa/organização é governada e devem ser projetadas de modo a garantir:
– Transparência em torno de papéis e responsabilidades
– Prestação de contas e engajamento com stakeholders
– Impulsionamento de boas práticas comerciais
2. Documentação de Governança
É imprescindível que a documentação de governança seja precisa e mantida atualizada. Esses documentos estabelecem as regras pelas quais o negócio é regido, estabelecem os direitos e obrigações dos acionistas/proprietários e fornecem evidências para os reguladores/partes interessadas dos processos/procedimentos de governança em vigor.
3. Políticas em conformidade com a lei e regulamentos aplicáveis
Políticas e diretrizes são importantes porque abordam questões pertinentes, como regras e princípios para operações cotidianas. Eles garantem o cumprimento das leis e regulamentos, refletem a cultura da organização, orientam a tomada de decisões, o apetite ao risco e agilizam os processos internos.
Essas políticas e diretrizes devem estar atuais e em consonância com a legislação/regulamentos, bem como com as metas e estratégia da organização. Além disso, estes devem ser facilmente disponibilizados para garantir que todos entendam como as coisas devem ser feitas e como se espera que elas se comportem.
4. Documentação de processos e procedimentos
É importante que os processos/procedimentos de governança estejam adequadamente documentados. Muitas vezes uma empresa/organização tem boas práticas de governança corporativa, no entanto, têm lacunas em termos de documentar os processos/procedimentos reais em vigor.
5. Relatórios efetivos do conselho
Os conselhos têm melhor desempenho quando recebem relatórios de boa qualidade que contêm informações suficientes para que eles tomem decisões bem-informadas e desenvolvam estratégias de negócios para o crescimento a curto e longo prazo e a sustentabilidade geral da organização.
Os desafios para a gestão na preparação de relatórios adequados para fins para o conselho incluem o seguinte:
– Processos demorados e ineficientes
– Estilos inconsistentes
– Dificuldade em verificar a finalidade e a saída exigida da placa
6. Agenda e atas
É imprescindível que o conselho lide com as questões estratégicas mais urgentes/importantes nas reuniões, por isso, descobrimos que, agrupando itens em títulos e juntando itens de rotina para aprovação simultânea pelo conselho, garantirá que o tempo de agenda possa ser mais bem utilizado durante a reunião.
Dado que as atas do conselho são o registro definitivo do mais alto órgão de tomada de decisão de uma empresa, é crucial que a qualidade desses minutos seja do mais alto padrão e que sejam claras, concisas e livres de ambiguidade, para poderem sempre serem consultadas em qualquer disputa que surgir.
No mínimo, as minutas devem incluir:
– os pontos-chave da discussão
– Decisões tomadas e, quando apropriado, as razões para eles
– Ações acordadas, incluindo um registro de qualquer autoridade delegada para agir em nome da empresa/organização.
7. Treinamento de diretores e avaliações do conselho
Os diretores precisam garantir que eles se mantenham atualizados com regulamentos e legislações, o que pode ser desafiador. Além disso, o aumento da responsabilidade e a expansão das demandas regulatórias significam maiores expectativas para o desempenho do conselho.
A PwC estabelece abaixo questões comuns identificadas a partir de avaliações de conselhos:
– Conselho não gastando tempo suficiente em estratégia e os planos de longo prazo da empresa/organização
– Placa não ter uma forte mistura de habilidades, conhecimento, experiência e diversidade
– Informações que não estão sendo fornecidas ao conselho em tempo hábil e/ou não de um padrão adequado
– Os membros do conselho não têm tempo suficiente para se comprometerem com a empresa/organização a cumprir suas responsabilidades efetivamente
– Diretores não obtendo qualquer treinamento formal de indução e/ou treinamento contínuo
– Documentação de governança corporativa ou não estar no local e/ou não refletir com precisão os processos reais
8. Políticas de governança subsidiária
As subsidiárias são uma característica comum das estruturas de negócios atuais.
Para garantir que os princípios de governança corporativa sejam em cascata, de forma consistente e eficaz, até suas subsidiárias e que os conselhos subsidiários estejam cientes de suas responsabilidades, é importante que tais organizações:
– Estabeleçam um quadro/política de governança subsidiária
– Estabelece regras em relação à fiscalização das subsidiárias que respeitem a santidade das subsidiárias e suas decisões
– Fornecer orientação aos conselhos subsidiários sobre suas funções e responsabilidades
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