Mercado de câmbio fecha 2019 com otimismo para 2020

O ano de 2019 termina com certo otimismo em relação à economia brasileira e estabilização da cotação do dólar. Na Europa, desafios do mercado de câmbio dizem respeito ao crescimento econômico do bloco e aos trâmites do Brexit ao longo de 2020.

Conflito comercial entre China e , crescimento econômico no e na Zona do , acordo comercial entre e . Esses são alguns dos principais desafios que 2019 deixa para 2020. Acompanhe os desdobramentos desses acontecimentos sobre as principais globais.

Otimismo com a economia brasileira estabiliza

O Dólar cedeu mais um pouco em relação ao Real ao longo desta curta semana de Natal, mantendo-se no patamar de 4,04. A estadunidense, que abriu a semana na casa dos 4,0835, após ter fechado a semana anterior no mesmo patamar em que iniciou ( 4,10), chega a esta sexta-feira (27) aos 4,0466.

O movimento reflete otimismo com a economia brasileira, combinado com o otimismo externo em relação ao conflito comercial sino-estadunidense. É relevante destacar que nessa reta final de 2019, esses são os tópicos que marcarão o início de 2020 e devem condicionar as expectativas para o restante do ano.

Devemos observar também que não houve, na realidade, mudanças significativas no cenário. Tratam-se somente de especulações e de certo otimismo recorrente de final de ano. 

Por fim, cabe ressaltar que, em grande medida,  nossa avaliação acerca do esteve na direção correta desde o início do ano. O começou 2019 na casa dos 3,8813 e se aproxima do término deste ano acima dos 4.

Isso posto, sem grandes novidades no e com as festividades natalinas desta semana, a moeda americana saiu dos 4,0855 na segunda-feira (23) e na abertura do pregão desta sexta-feira (27), foi negociada a 4,0466, uma apreciação de 0,9% do .

Desafios econômicos na zona do afetam

As festividades também se fizeram presentes na Zona do Euro e, nesta semana amena de indicadores econômicos, um breve balanço deste ano nos mostra que os desafios para o bloco permanecem os mesmos.

Desde a crise financeira que eclodiu em 2008, a Zona do não consegue retomar a sua pujança e se mantém com baixos índices de crescimento econômico, além da inflação baixa que tem demandado medidas drásticas do Banco Central Europeu (BCE).

O ano de 2019 se aproxima do final com o mesmo contexto, mas com uma sutil diferença no diagnóstico. Com Christine Lagarde a frente da instituição financeira, a perspectiva é de que não os estímulos monetários não são suficientes, mas é necessário que a demanda se fortaleça e, portanto, os Estados devem investir.

Trata-se do clássico receituário keynesiano que divide opiniões, mas que tem ecoado com alguma força, especialmente pelo contexto de baixa inflação e taxa de juros negativas. 

Isso posto, a Europeia abriu a semana cotada a 4,5461. Na abertura desta sexta-feira (27) no , a cotação foi de 4,5034, uma apreciação de 0,94% do frente à europeia. 

Libra Esterlina em compasso de espera num pós Brexit

Na semana que antecedeu o Natal, finalmente o aprovou os termos do Brexit sob a nova gestão do primeiro-ministro Boris Johnson. Depois de anos de incertezas, idas e vindas acerca do Brexit, Johnson conseguiu realizar algumas manobras políticas que garantirão o divórcio em 31 de janeiro de 2020.

A conquista só foi possível graças a vitória esmagadora do Partido Conservador nas eleições de 12 de dezembro, garantindo maioria na Câmara dos Comuns e uma sólida base de apoio ao PM.

Os desafios que se colocam pós-Brexit dizem respeito ao acordo comercial entre e , a fim de manter suas trocas comerciais. O período de transição do Brexit, previsto por lei,  vai até 31 de dezembro de 2020. Johnson garante que alcançará um acordo comercial que beneficie a todos antes disso. Veremos.

Na esteira do Brexit e dos desafios que se colocam para 2020, a Libra Esterlina abriu a semana cotada a 5,3308 no . Nesta sexta (27), o seguiu trajetória de apreciação em relação à Libra, registrando, na abertura, a cotação de 5,2740, uma variação semanal de 1,06%.

Perspectivas

O Real permaneceu fortalecido frente às principais . Com as festividades natalinas, a semana foi mais curta nos mercados financeiros e sem grandes mudanças, a não ser por algum otimismo comum no período.

De todo modo, em termos mais práticos, os desafios que se abrem para 2020 estão dados e não são de simples resolução. Exigirão grande esforço e o câmbio deve responder a altura.  Isso significa que, especialmente sob a ótica do frente ao , continuaremos a ver a estadunidense acima dos 4 por um período maior.

Seguimos de olho. 

André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público

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