As decisões da super quarta impactam a economia do Brasil e dos EUA em diversos aspectos, inclusive, sob a perspectiva dos investimentos.
Você deve ter notado no noticiário que a economia brasileira tem crescido acima do esperado a despeito da elevada taxa básica de juros. Nos Estados Unidos, os últimos dados finalmente sugerem desaceleração da atividade econômica e alguma perda de ritmo do mercado de trabalho, o que, em tese,deve abrir caminho para que o Fed inicie o ciclo de cortes de juros na reunião de setembro.
Nesses países (Brasil e EUA), é comum que órgãos responsáveis pelas decisões monetárias se reúnam para definir os rumos da economia, essas decisões que impactam a sociedade são tomadas em reuniões e uma das mais importantes é a super quarta. Mas afinal você sabe o que é?
Neste artigo você vai entender mais sobre um tema acompanhado com atenção pelos investidores e que impacta a vida de milhares de pessoas, confira!
O que é a super quarta?
A “super quarta” é o nome utilizado quando Bacen e o Fed divulgam as taxas de juros de Brasil e Estados Unidos no mesmo dia, em uma quarta-feira. Em diversos momentos, os eventos do Brasil e EUA coincidiram, reforçando a origem da expressão.
As decisões tomadas nestes encontros no Brasil são de responsabilidade do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e nos EUA do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve. Essas decisões impactam a economia de ambos países, já que implicam em decisões de política monetária.
Super quarta no Brasil
No Brasil, o Copom deve anunciar um aumento da taxa Selic a 10,75%, a primeira elevação desde agosto de 2022. Se confirmado, esse aumento deve representar apenas o primeiro de mais cortes previstos para este ano.
O anúncio deve ser recebido sem surpresa por parte do mercado, já que membros do Copom e o próprio presidente da instituição sugeriram que um aumento não estava totalmente descartado. Os últimos meses foram marcados por intensa volatilidade no mercado de câmbio, desancoragem das expectativas e dados ambíguos de inflação, o que deve motivar essa postura conservadora do Copom.
Como os riscos de mais desancoragem das expectativas não estão totalmente descartados, o Banco Central do Brasil deve elevar a taxa básica de juros, conhecida como Selic, nas próximas reuniões do Copom.
Em março de 2021, o Copom começou a subir a Selic, colocando a economia brasileira como uma das primeiras dentre as maiores do mundo a iniciar um ciclo de alta de juros para combater a inflação, em geral, com cenários bem semelhantes aos de outros países.
De lá para cá, a taxa Selic saltou de 2% para 13,75% ao ano. A decisão da reunião de julho convergiu com as projeções do mercado para reunião do Copom que indicavam que o Banco Central manteria a taxa de juros inalterada em 10,50%. Para os especialistas, o Copom não deve dar pistas sobre os próximos passos da política monetária e sinalizar, ainda que de modo muito cautelar, que a Selic deve permanecer elevada até que se consolide não apenas a convergência da inflação à meta, mas também a reancoragem das expectativas do mercado.
Quando é a próxima Super Quarta?
A próxima super quarta será dia 29 de janeiro de 2025.
Próximas Super Quartas
Em 2025, teremos 7 “super quartas”:
- 29 de janeiro
- 19 de março
- 7 de maio
- 18 de junho
- 30 de julho
- 17 de setembro
- 10 de dezembro
Próxima reunião do Fed 2024
A próxima reunião de política monetária do Fed acontecerá nos dias 6 e 7 de novembro. Vale ressaltar que o anúncio da nova taxa dos juros americanos impacta não apenas os cidadãos que vivem no país, mas também os investidores mundiais atentos às recentes mudanças econômicas.
Próximas reuniões do Fed
- 6 e 7 de novembro de 2024;
- 17 e 18 de dezembro de 2024.
Super quarta no mundo
O Fed deve reduzir a taxa básica de juros a 5,25%. Essa redução era amplamente aguardada pelo mercado, que ansiava pela “normalização” da política monetária norte-americana desde o começo do ano.
O corte da taxa de juros nos EUA inevitavelmente causa impactos globais e afeta a economia brasileira com as oscilações no câmbio e nos preços das ações negociadas na Bolsa de Valores. Teoricamente, a redução dos juros pelo Fed poderia trazer algum ganho momentâneo para a moeda brasileira.
Apesar de o corte estar ligado aos EUA, o cenário é um pouco diferente do Brasil. O Federal Reserve (Fed) atua como uma espécie de Banco Central global, e acaba influenciando as decisões dos demais bancos centrais ao redor do mundo.
No Brasil, o Copom deve anunciar um aumento da Selic e a expectativa é de que a Selic suba também nas próximas decisões de 2024. Nos EUA, os juros devem cair para o corredor de 5,00% e 5,25% ao ano, e como a inflação e a economia têm emitido discretos sinais de desaceleração, o Fomc pode optar por manter o ciclo de cortes na reunião marcada para o mês de novembro.
Assim como no Brasil, o desafio do Fed é tentar controlar a inflação, que afeta o poder de compra de milhões de pessoas e consequentemente diversos setores da economia. No entanto, nos EUA o Fed tem um mandato duplo, o que o obrigada a zelar também pelo nível de atividade econômica.
Como os EUA são um dos principais mercados do mundo e controla a moeda que é referência para a realização de transações globais, as ações do Fed trazem impactos que não ficam restritos apenas à economia norte-americana, mas a todos os demais países.
O que esperar do Fed?
Os discretos sinais de desaceleração da inflação e da atividade econômica devem fazer com que o Fed deve opte por uma postura mais conservadora (corte de 25 bps) até que os sinais de desinflação e de desaceleração da economia sejam inequívocos. O tom cauteloso do Fed expressa a preocupação da autoridade monetária norte-americana com o nível de preços e de atividade econômica, ambas ainda acima do nível desejado pelo Banco Central dos Estados Unidos.
Apesar do sobreaquecimento da economia americana, a desaceleração do mercado de trabalho registrada ao longo dos últimos meses parece ter sido ligeiramente mais forte que o esperado e isso deve motivar o Fed a fazer o primeiro corte de juros desde março de 2020.
Por outro lado, o Fed precisa fazer esse movimento de forma cautelosa, afinal de contas, embora a inflação esteja de fato convergindo para a meta de longo prazo, ela ainda encontra-se acima da meta do Banco.
Reunião do Banco Central Europeu e os impactos econômicos
Apesar da persistência inflacionária registrada na Zona do Euro e dos riscos econômicos que a guerra pode trazer, o Banco Central Europeu decidiu, sem surpresa, reduzir a taxa de juros inalterada a 3,50% ao ano depois de ter mantido o juros inalterados na reunião de julho.
O BCE anunciou no dia 12 de setembro de 2024 o corte da taxa de juros a 3,50%, o nível mais baixo em pouco mais de um ano, quando a autoridade monetária da Zona do Euro corria para elevar os os juros e enfrentar a escalada de preços.
No caso da Zona do Euro, a situação econômica é desafiadora, com diversas economias em sérias dificuldades, como no caso da Alemanha, a principal economia do bloco. Os últimos meses mostraram acomodação da inflação e fraco desempenho da economia, o que pode abrir caminho para a continuidade do ciclo de cortes de juros, a despeito das preocupações com a inflação registrada no setor de serviços.
A região está em um claro cenário de estagflação, quando inflação elevada convive com contração do nível de atividade econômica e isso pode ser um sinal de que o BCE tenha que manter o ciclo de cortes de juros.
Cenário econômico mundial, o que esperar?
A economia americana continua firme, mas o Fed deve optar por iniciar o ciclo de cortes de juros em setembro de 2024. Na Europa, a delicada situação econômica da Alemanha e da França devem motivar o BCE a manter o ciclo de cortes de juros.
Por fim, na China, o Banco Popular da China tem realizado esforços em reanimar a economia, com cortes de juros nas principais taxas utilizadas no país. Os dados dos últimos meses sugerem alguma piora no nível de atividade econômica, refletindo, em alguma medida, os problemas com o setor imobiliário local.
Fique antenado nas principais movimentações da economia acessando o blog da Remessa Online.
FAQ
A “super quarta” é o nome utilizado quando Bacen e o Fed divulgam as taxas de juros de Brasil e Estados Unidos no mesmo dia, em uma quarta-feira.
É importante por reunir informações decisivas para a economia em diversos níveis.